terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Baeta



Meu poncho baeta,
Que muita água levou,
Traz inspiração ao poeta,
Falando de onde passou.
“”
Seu ventre vermelho sangue,
Aconchego na luta com o frio,
Eras venda nos palanques,
Bainha pra adaga de bom fio.
“”
Serviste a muitos amigos,
Que por parceiro te emprestei.
Também foste bom abrigo,
Pra mulher que mais amei.

“”
Te ponho em frente a janela,
Pra que o vento empurre,
O doce do perfume dela,
Que hoje me consume.
“”
Lutamos em brutas guerras,
Fechamos acordos de paz.
Tens na historia muitas pedras,
Que não nos deixaram pra traz.
“”
Arejo-te no vento pampa,
Pra que descanses tranqüilo.
Fazes parte da minha estampa,
Poeta metido a Caudilho.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cantiga pra Lua


Peço licença madrinha da noite,
Neste verso que fiz pra amada,
São simples verdades e palpites,
Que aprendi  sobre a tua jornada.
"
Te escondes atrás de cortinas,
Brancas, de água e vida,
És inspiração pra cantigas,
Conforto ao fim da lida.
"
Hoje peço que apareças,
Cheia de inspiração e beleza,
Para que este índio, sem pressa.
Te relembre com tanta clareza.
"
Já falei das tuas parceiras,
Em versos, payadas e canções.
Que descrevem a vida campeira,
E aquecem nossos corações.

sábado, 3 de dezembro de 2011

De volta à Tropa.


Embuçalo o Mouro parceiro,
De andanças e camperiadas.
Volto a ser velho tropeiro,
Findou-se os carinhos da amada.
"
Sem rancho nem campanha,
Me aqueço num fogo de chão.
Busco no jogo, fumo e canha,
O tempo de truco no galpão.
"
Entro na vida de tropiada,
De andanças pelo mundo.
Hoje me acho numa topada,
Que não vejo beira nem fundo.



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Verso Novo.


Quem traz na saudade, o amargo do mate,
No trote do pingo, o tranco da vida.
Tem por inspiração a batida do catre,
E por sina idas e vindas.
“”
Numa das tropiadas da vida,
Perdido em algum canto do pago.
A chuva calma atrasa a lida,
E relembro os teus afagos.
“”
No cheiro doce da terra molhada,
Banhada pela chuva divina.
Lembro o perfume da amada,
Que se enfeitava com Lua fina.
“”
Sei que com o tempo entordilharei,
E as estradas se estendem.
Vejo a flor branca que te dei,
Nos sonhos que me absorvem.
“”
Atado num panuelo vermelho,
Que em brutas guerras ganhei,
Minhas poesias te entreguei,
Como recuerdos de um velho.
“”
Me faltava um simples verso,
Divida que tinha contigo.
Hoje completo meu universo,
E te quero junto comigo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Jinete.


Permiso Señor,
Te pido Cruzada,
Yo soy cantador,
Y trago una Payada.
"
Tengo por inspiracion,
Los tentos y las garras,
Y ahora saco una cancion,
Acompañado por mi guitarra.
"
Me gustan los campos ganaderos,
Me gustan sus inspiracions,
Soy un simple tropero,
Que hace alguna cancion.
"
Conozco la Pampa,
Por las tropiadas,
No cai en la trampa,
De las camperiadas.
"
Trago en los aperos,
Caña, carne y fumo,
Y algun sueño campero,
De conocer otro rumo.
"
Con la bendicion de mi madre,
Del sombrero saco el reservado,
A la Santa pido milagre,
Y el amadriñador tendo por aliado.
"
Arreglo el sombrero,
Recuerdo alguna domada,
Saco de la rastra el talero,
El palanquero pide "largada".
"
El valiente jinete,
Que sabe todas las mañas,
No teme mala suerte,
Se tiene sueños para mañana.
"
Pero la doma señores,
No es simple asi,
Ya que el bueno jinete,
Esta muy cerca del fin.
"
Tengo la vida simple,
En el cuerpo muchas "dores",
Conozco pocos timbres,
Pra retratar los corredores.
"
El perro por compañero,
El pingo por ermano,
Tambien soy campanero,
A los amigos estendo la mano.
"
Soy como el libre potrom
Con la Pampa por pago,
Los sueños son otros,
Que hoy yo traigo.

Esta Payada escrevi a pedido de alguns amigos para que fosse declamada no Rodeio Universitário de Pelotas, mas por problemas de horário e contrapontos acabou não saindo, mas fica o registro da vida "Jineta" dessa gurizada loca de parceira.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sonhos.


Longe ao fundo de campo,
Onde a corunilha se fez parador,
O minuano sopra o tempo,
E hoje me faço cantador.
"
Relembro os tempos de piazito,
Em que no pensamento inocente,
Me imaginava num campito,
Longe de toda essa gente.
"
Pensava como João Barreiro,
Em ter um ranchito morada.
Pra ser o melhor paradeiro,
Pra morar ao lado da amada.
"
Hoje no nublear da memória,
Nesta noite amarga e fria,
Sei que o tempo se fez história,
E os sonhos se fizeram poesia.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Invernia.

No calmo ventre da terra,
Onde a pampa se faz poesia,
A procura da cria a vaca berra,
Enquanto o vento assobia.
"
O Sol se pôs temprano,
Prenuncia de invernia,
Quem sopra é o minuano,
O inverno que se anuncia.
"
No poncho idas e vindas,
Na estufa firma o braseiro,
Cantasse versos de vida,
E descansa o cusco parceiro.
"
No pasto o branco da geada,
Sai faceiro o ovelheiro,
"Vamo" saindo pra camperiada,
Na boca queima o palheiro.
"
Perigo é a chuva guasquiada,
Pois é tempo de parição,
"Ficamo com as mão" atada,
E apelamos pra oração.
"
Existe um velho ditado,
-O que o verão dá o inverno tira,
Mas não é bem interpretado,
Pois é quando nasce "as cria".